Olhando para trás, vejo o caminho que percorri.
A mais de 2 anos para cá, a minha vida tem sido uma autêntica montanha russa. Entre vitórias e derrotas, alegrias e tristezas, ilusões e decepções, espanto-me com a serenidade que alcancei. Em utros tempos, não terei sabido reagir da mesma maneira. Mas passei por situações muito idênticas. Outras, bem piores, até. Mas sobrevivi...!
Nunca pensei conseguir o que tenho conseguido (afinal, é muito até...), mas sinto um misto de orgulho e mágoa. Orgulho por nunca ter desistido. Mágoa porque têm sido anos muito duros, muito sofridos, com muita solidão à mistura. Uma das consequências de toda essa luta é uma certa desconfiança de tudo o que seja "bom demais"...
Por causa disso já terei perdido oportunidades que, por me parecerem "boas demais para mim", deixei passar ao lado. Terei feito bem...ou nem por isso...? Sei lá...Talvez já tivesse a minha vida mais orientada, talvez estivesse mais feliz, talvez...talvez tanta coisa... A eterna incógnita... Fiz amizades (não muitas, é certo...), algumas acabaram por se desvanecer mas outras têm vindo a fazer parte integrante da minha vida de forma muito positiva. Poderia até, quem sabe, ter desenvolvido um relacionamento mais afetivo com alguém que se mostrou mais especial, mas por falta de coragem, por falta de algo que me impulsionasse ... deixei-me ficar quieta. Com o passar do tempo, reconheço que algumas não passaram de meras ilusões. Uma outra situação nada teria de ilusão, mas ainda assim, a minha intuição mandou-me ficar quieta. Já lá vai algum tempo e já me reconciliei com o passado.
Agora, a minha meta é o amanhã, o futuro. O meu e o dos meus filhos. Deveria ter tido mais preocupação comigo antes, mas nunca é tarde...Eles sempre foram a minha prioridade, mas não vou deixar de me incluir agora. Tudo o que fizer terá como propósito não só o bem estar e a felicidade deles, mas também a minha. Afinal, também sou gente! Mereço ser feliz, ter tranquilidade e conforto, paz de espírito e tudo de bom que me surja, não hei-de achar que é "erro de endereço". É para mim mesmo, e vou aproveitar ao máximo.
Um dia, daqui a algum tempo mais, hei-de olhar para trás de novo e vou poder dizer que valeu a pena e que mais vale tarde que nunca.
Acho que, finalmente, aprendi a gostar de mim. É bom...